quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Polémica no dérbi de São Firmino



Um cão vadio a marcar um golo, uma entrada de carrinho de mão e um trator a invadir o campo, enfim, aconteceu de tudo um pouco, no jogo entre as duas maiores equipas da nossa freguesia.




O Levadas do Rio Vizela venceu o Unidos da Bouça por 3-2 mas a polémica promete continuar ao longo dos próximos meses. Tudo começou com um golo em claro fora de jogo, marcado pelo Bino da Tia Ção.
“O bandeirinha não viu, porque tinha ido fumar um cigarro e beber um fino com Martini no café ali ao lado. Mas o homem não fez por mal, coitado. Saiu a correr da serralharia para ir ao jogo e precisou de tomar o ‘xarope’ para afinar a garganta”, disse o treinador dos Unidos da Bouça.
Mas os da casa nem tiveram tempo para festejar, porque logo a seguir o craque da equipa, Chico Pé de Cabra, sofre uma grave lesão que o vai afastar dos relvados e da carpintaria pelo menos durante dois meses.
“Não se admite! A mim já me fizeram muitas entradas de carrinho, agora entradas de carrinho de mão, foi a primeira”, afirmou o craque dos Unidos da Bouça, referindo-se ao lance em que foi atropelado pelo Tino Trolha, que entrou em campo com o carrinho de mão carregado de tijolos.
Ao que parece, estava a trabalhar nas obras do balneário, como faz sempre, mas desta vez atingiu um jogador, o que lhe custou a expulsão: “Quer dizer, anda um homem a trabalhar com aqueles camelos no meio do campo a estorvar e ainda me mandam para a rua? E veja bem! O árbitro nem viu o lance, porque estava num canto a falar ao telemóvel com a amante”.
Logo a seguir, nova polémica. O Gusto da Mariazinha fez jus à alcunha de “coice da burra” e desferiu um remate potente, que passou ao lado da baliza, mas acertou em cheio no Neca Diabo, que andava a lavrar o campo com o trator, no terreno por trás do estádio.
“O homenzinho levou com a bola no focinho, desmaiou e, olhe, veio sempre com o trator até entrar no campo e deitar a baliza abaixo. Foi preciso ir à casa do Toni Emigrante, que mora ali ao lado, tirar-lhe os varões e os cortinados para fazer uma baliza improvisada”, explicou o árbitro, Edgar das Vitelas.
Aliás, o esteve no centro da polémica, no último lance da partida. Já em período de descontos, um cão vadio, conhecido como o Farrusco, entrou em campo e, com um golpe de focinho, desviou um atraso do Horácio para o guarda-redes, marcando o 3-2 para a equipa do Levadas do Rio Vizela.
Rapidamente se instalou a confusão, com a equipa da casa a reclamar que o cão passou o jogo a dormir no banco de suplentes dos visitantes e, como tal, devia ser assinalado o fora de jogo porque o Farrusco era considerado jogador do Levadas do Rio Vizela.
Mas o árbitro, que entretanto foi pressionado pelos auxiliares a desligar a chamada e sancionar o lance, nada assinalou e validou o golo.
No final do jogo, o presidente dos Unidos da Bouça não escondia o seu descontentamento com a arbitragem: “Arrependi-me bem de ter ido ao balneário, no intervalo, levar uma garrafa de Vinho do Porto e um sortido ao árbitro. Se eu sabia, tinha untado os biscoitos de champanhe com o remédio dos escaravelhos”.  

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